Foto: Um bog entre bibliotecas
"Não podemos mudar o que já aconteceu, mas podemos escolher o nosso futuro."
Quem
me acompanha de outros blogs, já leu várias vezes que a Lesley Pearse é
a minha autora favorita. E hoje, venho falar-vos do livro mais recente, pelo
menos, publicado em Portugal, pela editora ASA, que foi o ano passado,
cujo título é: segredos!
De
todos os livros dela que li, este é o meu favorito, pelo menos até hoje. A
capa, à semelhança das outras, traz uma mulher que tem as características da
protagonista. E como já nos habituou, em num saquinho de organza todo pipi, uma
característica original dela, mas já vi nas bancas, nos últimos meses, uma
outra autora a usar a mesma ideia. Além disso, todos os livros trazem um
marcador, igual, mas vai sendo atualizado conforme os lançamentos, com todas as
obras literárias lançadas. Eu tenho milhares de marcadores, mas acho importante
que todos os livros tragam um.
Quanto
à história, não é apenas uma história. Quem costuma ler as obras dela sabe, ela
pega sempre em testemunhos reais de outras mulheres e até mesmo dela própria, e
transforma em grandes histórias literárias que são sempre as mais vendidas,
pelo menos em Portugal.
Com a partida da mãe, ela ficou sem ninguém... Após uma tragédia inimaginável, Adele, de doze anos, é afastada da mãe e colocada numa instituição. Mas o destino reserva-lhe ainda mais desgostos, e ela vê-se obrigada a fugir. Sozinha e desamparada, dirige-se para o Sussex, em busca da avó que nunca chegou a conhecer. Mas a longa e difícil viagem deixo-a desnutrida e debilitada. Será nos pântanos de Rye que Adele recupera o seu vigor,n vivendo uma vida simples na companhia da avó e rodeada pela natureza. Atrever-se-á a sonhar com uma nova vida? Mas agora a mãe está de volta, e traz com ela os segredos da família... Adele passo anos a tentar ultrapassar o desamparo da sua infância e a construir uma nova vida. Cuida da avó, estuda, está feliz e apaixonada por um piloto da força aérea. As agruras do passado ficam para trás. Com a chegada da mãe, a jovem percebe que o seu mundo irá desabar. Poderá a verdade ficar oculta para sempre?

Esta,
leva-nos até à infância / pré-adolescência de Adele. Uma menina fruto de erros
da mãe e que paga as contas disso mesmo, como se fosse a culpada disso. Em
suma, Adele tem uma infância dura e sem amor por parte daquela que mais a devia
proteger dos males do mundo. Sem spoiler, um dia algo terrível acontece e,
Adele que não tinha mais ninguém, vai parar a uma família de acolhimento, com
mais umas quantas crianças, mas todas mais novas do que ela. Onde todos têm uma
vida rígida por parte da mulher e abusiva para as meninas, por parte do homem.
O homem trabalhava fora e uma vez que estava em casa, tentou abusar de Adele e
esta, fugiu daquela casa. Depois de horas a correr a atravessar campos, de
apanhar boleia de um estranho lá chegou a Rye, Sussex, a terra onde a mãe
cresceu e onde morava a sua avó.
Nem
ela conhecia a avó, nem a avó sabia da sua existente, pois desde a partida da
filha nunca mais teve notícias suas. Mas adiante, elas entenderam-se e criaram
uma ligação muito forte e Adele, vivia feliz. Um dia, cruzou-se com um rapaz e
ficaram amigos, até que uns anos depois ela foi trabalhar para sua casa, para
cuidar da sua mãe que supostamente estava com uma depressão e ninguém queria
cuidar dela por ter um feitio complicado. Havia um elo amoroso entre os dois
jovens, mas não era aceite pela família dele pelo típico preconceito por serem
ricos e ela pobre, ainda por cima era a criada.
Um
dia, a mãe apareceu e revelou a verdade, o seu pai biológico era o pai dele. Ela,
que já tinha perdido a virgindade com ele, não queria ir ainda mais longe e
teve que o afastar de si, sem revelar que eram irmãos. Pelo meio, rebentou a iI
Guerra Mundial, ela era enfermeira, ficou a trabalhar num hospital, a prestar auxílio
aos feridos da guerra e ele, um piloto aéreo a combater na linha da frente.
Quando a guerra acabou eles reencontraram-se e veio ao de cima toda a verdade,
assim como ele ser fruto de um amor entre a mãe e o jardineiro, e assim, não
eram irmãos e puderam ficar juntos.

O
que eu tiro daqui? Muitas lições, muitas aprendizagens. Primeiro de tudo, um
filho, seja lá porque motivo não pode pagar pelos nossos erros, elas não têm
culpa de nada e não merecem não serem amados. Quando são incumbidas de fazer
algo que nós é que deveríamos fazer e isso corre mal, não devem ser
responsabilizadas. Depois, quando uma pessoa se junta a outra que já tem
filhos, deve aceitar os filhos como seus e a pessoa que já tem filhos deve
querer primeiro aquele que ama os seus filhos em primeiro lugar. Não mandar a
criança não se sabe onde, aos cuidados de não sei quem que ainda vai piorar as
coisas.
Por
sorte, foi inteligente o suficiente para fugir e se aventurar à procura da avó.
Por último, coincidência ou não, li mais sobre a II Guerra Mundial, que acaba
por ter interesse para mim que adoro Anne Frank, e logo de seguida, retomei a
leitura do diário e, rebenta a guerra atual. Eu pensava que a II Guerra tinha
sido mais por causa dos judeus, e foi, mas não imaginava que todas as outras
pessoas, independentemente da nacionalidade, etnia e religião. Dá para entender
o quão sofreram todos e, alem disso, consigo ter empatia com toda a gente nesta
guerra, porque o mundo está a sofrer com uma guerra que supostamente é entre duas
nações. Recomendo sempre os livros da Lesley Pearse, mas este, ainda
mais, acredito mesmo que todos vão gostar.
Avaliação: ★★★★★